A direção do Sindicato dos Comerciários de Campina Grande e Região vem, de público, repudiar o aumento da tarifa de ônibus que entrou em vigor neste dia 1 de janeiro, com índice superior a inflação (4,71%) e até mesmo maior que o reajuste que foi dado ao salário mínimo. A passagem aumentou 8,13%, passando de R$ 4,30 para R$ 4,65, enquanto que o salário teve um reajuste de 7,5%, passando de R$ 1.412 para R$ 1.518.
De acordo com a direção do sindicato, o aumento da tarifa de ônibus em Campina Grande foi um dos maiores do Brasil, indo na contramão de várias cidades onde os prefeitos estão aplicando uma tarifa social. Tal aumento superou até mesmo o índice dado para as passagens intermunicipais na Paraíba, onde o governo estadual determinou que o reajuste não ultrapasse o percentual de 4,87%.
Além disso, o sindicato reclama ainda que o Conselho Tarifário que define o valor da passagem não representa os anseios dos trabalhadores e nem tem nenhum representante trabalhador como integrante. “O conselho é consultivo. Não é deliberativo. E boa parte desse conselho está a serviço do setor econômico”, disse um dos integrantes do Sindicato dos Comerciários de Campina Grande e Região.
Outro ponto questionado pelo sindicato é a qualidade do serviço público de coletivos local, que não atende as necessidades do trabalhador, principalmente após às 22h quando os trabalhadores não encontram mais ônibus para voltar para casa. Outro exemplo da má qualidade do serviço acontece sempre em datas marcantes, como no Natal de 2024, quando o bairro Rogério Lustosa ficou sem ônibus já às 20h, o mesmo acontecendo na véspera de ano novo.
“Enquanto isso em várias cidades pelo Brasil os governos municipais determinaram tarifa zero na virada do ano para que as pessoas pudessem se deslocar para casa de parentes ou locais de comemoração da chegada de 2025”, comentou outro sindicalista. Ele disse ainda que alguns setores da sociedade civil organizada estão pensando em acionar a Promotoria de Direito do Consumidor para questionar esse reajuste dado na passagem de ônibus em Campina Grande, considerado “um absurdo e totalmente fora da realidade”.
Foto: Arthur Lira